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Mostrando postagens de junho, 2017

O caçador habilitado

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Houve, uma vez, um rapaz que aprendera o ofício de serralheiro. Certo dia, disse ao pai que agora, sabendo trabalhar, queria ganhar o pão de cada dia e conhecer o mundo. - Está bem, - disse o pai - nada tenho a opor. Deu-lhe algum dinheiro para a viagem e o rapaz foi de um lugar para outro à procura de trabalho. Passou assim um pouco de tempo, depois perdeu o gosto pelo ofício e pensou em abandoná-lo; ficou com vontade de tornar-se caçador. Ia perambulando à toa, quando encontrou um caçador vestido de verde, que lhe perguntou de onde vinha e para onde ia. O rapaz respondeu-lhe que era serralheiro de profissão, mas que já não gostava desse ofício e desejava tornar-se caçador. Não quereria êle recebê-lo como aprendiz? - Oh, se quiseres vir comigo, vem! - respondeu o homem vestido de verde. O rapaz acompanhou-o, ficou trabalhando para êle durante alguns anos e aprendeu o ofício de monteiro. Depois quis tentar a vida novamente; como pagamento do trabalho, o caçador deu-lhe ap

João Ouriço

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Houve, uma vez, um campônio, possuidor de muitas terras e bastante dinheiro. Contudo, embora sendo tão rico, sua felicidade não era completa, porque a mulher não lhe dera filhos. Sempre que ia à cidade, em companhia de outros camponeses, estes zombavam dele e perguntavam maliciosamente por que era que não tinha filhos. Tanto zombaram que ele acabou por se irritar e, ao regressar à casa de mau humor, disse para a mulher. - Quero ter um filho, de qualquer maneira, mesmo que seja um ouriço. Passado algum tempo, a mulher deu à luz um menino, que nasceu metade gente e metade ouriço. A mãe, ao ver a criança monstruosa, ficou horrorizada e disse: - Estás vendo! Tu rogaste uma praga e ela pegou! O marido respondeu: - Que se há de fazer? Agora temos de o batizar, mas não conseguiremos arranjar-lhe um padrinho! - E, também não poderemos dar-lhe outro nome senão o de João-Ouriço, - retorquiu a mulher. Após o batizado, o vigário exclamou: - Este pobrezinho, por causa dos

A água da vida

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Houve, uma vez, um rei muito poderoso, que vivia feliz e tranquilo em seu reino. Um belo dia, adoeceu gravemente e ninguém tinha esperanças de que escapasse. Ele tinha três filhos, os quais estavam deveras consternados vendo que o estado do pai piorava dia a dia. Encontravam-se eles no jardim do castelo a chorar e, de repente, viram surgir à sua frente um velho de aspecto venerável, que indagou a causa de tamanha tristeza. Disseram-lhe que estavam aflitos porque o pai estava gravemente enfermo e os médicos já não tinham esperanças de o salvar. O velho, então, disse-lhe: - Eu conheço um remédio muito eficaz, que poderá curá-lo; é a famosa Agua da Vida. Mas é muito difícil obtê-la. O filho mais velho disse: - Hei de encontrá-la, custe o que custar. Dirigiu-se, imediatamente, aos aposentos do rei, expôs-lhe o caso e pediu permissão para ir em busca dessa água, a única coisa que poderia salvá-lo. - Não, - disse o rei; - sei bem que essa água maravilhosa existe, mas

As moedas caídas do céu

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Era uma vez uma pobre menina, cujos pais haviam morrido. Era tão pobre, que não tinha nem quarto para morar, nem caminha para dormir; nada mais possuía além da roupa do corpo e um pedacinho de pão, que uma pessoa caridosa lhe havia dado. Contudo, era a menina muito boa e piedosa. Como se achava completamente abandonada de todo o mundo, pôs-se a vaguear de cá e de lá pelos campos, confiando-se à guarda do bom Deus. No caminho, encontrou um mendigo, que lhe disse; - Pelo amor de Deus, dá-me alguma coisa para comer! Estou com tanta fome! A menina deu-lhe o pedaço de pão que tinha, dizendo-lho: - Deus te ajude. E continuou o caminho. Logo depois encontrou uma menina que chorava e disse-lhe: - Tenho tanto frio na cabeça! Dá-me alguma coisa para cobrir-me. Ela tirou, prontamente, o gorro e deu-lho. Pouco mais adiante, encontrou outra menina que estava transida de frio e não tinha sequer um jalequinho para se agasalhar. Ela despiu o seu e entregou-lho. Finalmente, mais além, outra menina pe

Pássaro achado

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Houve, uma vez, um guarda-florestal, que foi caçar na floresta e, ao penetrar nela, ouviu choro de criança pequena. Seguiu em direção de onde vinha o choro e foi dar ao pé de uma grande árvore, em cima da qual, deitada nos galhos, estava uma criancinha. A mãe havia adormecido debaixo da árvore com o filhinho no colo e uma ave de rapina, avistando-o, desceu voando, agarrou-o com o bico e levou-o para o alto da árvore. O guarda-florestal trepou na árvore e foi buscá-lo, e pensava: levá-lo-ás para casa e o criarás juntamente com a tua Leninha." Levou-o para casa e as duas crianças cresceram juntas. O menino que havia encontrado sobre a, árvore, e que fora roubado por uma ave de rapina, foi chamado Pássaro-achado. Pássaro-achado e Leninha amavam-se tanto e tanto, que se os separassem, cairiam na maior tristeza. O guarda-florestal, porém, tinha uma velha cozinheira, a qual, uma tarde, pegou dois baldes e começou a baldear água; não uma vez, mais muitas vezes foi buscá-la na font