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Mostrando postagens de novembro, 2017

O mensageiro da morte

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  Há muito tempo, um gigante andava pela estrada real quando, inesperadamente, um desconhecido saltou-lhe na frente e gritou: - Alto lá! Nem mais um passo! - O que? - disse o gigante; - tu, pigmeu, que eu poderia esmigalhar entre os dedos, queres impedir-me o caminho? Quem és tu para te atreveres a falar-me com tanta audácia? - Eu sou a Morte! - respondeu o desconhecido: - no mundo ninguém me resiste; tu também tens de obedecer às minhas ordens. Mas o gigante recusou obedecer e travou luta com a Morte. Foi uma longa e violenta luta, da qual saiu vencedor o gigante que, com um pesado soco, prostrou a Morte, fazendo-a rolar até Junto a uma pedra. Em seguida, o gigante continuou o caminho c a Morte quedou- se lá vencida, exausta a ponto de não poder sequer levantar-se do chão. - Que sucederá se eu ficar abandonada aqui neste canto? - refletia ela. - No mundo não morrerá mais ninguém e ficará tão povoado que não haverá lugar nem para ficarem de pé um junto do outro. Entretanto, pela

O menino teimoso

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Houve, uma vez, um menino muito teimoso, que nunca fazia o que lhe mandava a mãe. Por conseguinte, o bom Deus andava descontente com ele e, certo dia, fê-lo adoecer. Chamaram os médicos, mas nenhum conseguiu salvá-lo e, dentro de poucos dias, ele foi colocado no leito de morte. Depois que o enterraram e cobriram a campa de terra, de repente surgiu para fora da campa um bracinho erguido para o alto. Tomaram a colocá-lo debaixo da terra, cobrindo-o melhor, mas em vão; o bracinho insistia em sair para fora. Então, a mãe teve de ir à campa e com uma varinha bater no bracinho; só assim o bracinho retirou-se e o menino descansou em paz em baixo da terra.                                           Irmãos Grimm

O cordeirinho e o peixinho

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Era uma vez um irmãozinho e uma irmãzinha que muito se amavam. Como lhes falecera a mãe, tinham eles uma madrasta que os detestava e que, às ocultas, lhes fazia todo o mal possível. Um dia, os dois irmãozinhos estavam brincando com outras crianças num campo em frente da casa; ao lado desse campo, havia uma lagoa que chegava até ao pé da casa. As crianças brincavam aí de pegador, cantando de vez em quando: Um. dois. deixa-me correr; eu te darei ao meu passarinho. Meu passarinho cortará o capinzinho. Darei o capinzinho à cabrinha, A cabrinha dará leitinho. Darei o leitinho ao padeiro, O padeiro dará pãozinho. Darei o pãozinho ao gatinho, O gatinho pegará o ratinho. O ratinho pendurarei no fumeiro; e eu vou segurar. E, assim cantando, formavam uma roda e aquele em quem caía a palavra "segurar," tinha de sair correndo e os outros o perseguiam e o seguravam. Brincavam todos alegres e despreocupados, correndo atrás um dos outros; a madrasta, que estava à janela

A pastora de gansos

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Houve, uma vez, uma velha rainha que enviuvara desde muito tempo, ficando apenas com uma filha de extrema beleza. A menina foi crescendo e se tornou uma belíssima jovem; então foi prometida em casamento ao filho do rei de um reino distante. Quando chegou a época de se realizarem as bodas, ela teve que partir para o reino do noivo. A rainha viúva deu-lhe um riquíssimo enxoval que, além de muita roupa maravilhosa, incluía também uma grande quantidade de móveis finamente cinzelados, joias raras, cristais finíssimos e uma infinidade de objetos de ouro e prata; em suma, deu-lhe o máximo que convinha a uma princesa real, pois amava ternamente sua única filha. Para a longa viagem deu-lhe ainda uma aia, incumbida de acompanhá-la e entregá-la nas mãos do príncipe. No momento de partir, as duas recebeu um cavalo cada uma, sendo que o da princesa se chamava Falante, porque sabia falar. Na hora das despedidas, a rainha foi ao quarto; com uma faquinha de ouro feriu-se no dedo e deix

A bela Catarina e Poldo Pif Paf

- Bom dia, Pai Valente. - Obrigado, Poldo Pif Paf. - Posso casar-me com vossa filha? - Pois não; se mamãe Leiteira, o irmão Convencido, a irmã Queijeira e a bela Catarina concordarem, podes casar. - E onde está mamãe Leiteira? - Ordenhando a vaca, como mulher ordeira! - Bom dia, mamãe Leiteira. - Obrigada, Poldo Pif Paf. - Posso casar-me com vossa filha? - Pois não; se papai Valente, o irmão Convencido, a irmã Queijeira e a bela Catarina concordarem, podes casar. - E onde está o irmão Convencido? - Está no barracão partindo lenha. - Bom dia, Irmão Convencido. - Muito obrigado, Poldo Pif Paf. - Posso casar-me com tua irmã? - Pois não; se papai Valente, mamãe Leiteira, a irmã Queijeira e a bela Catarina concordarem, podes casar. - E onde está a irmã Queijeira? - Está na horta cortando a verdura. - Bom dia, irmã Queijeira. - Obrigada, Poldo Pif Paf. - Posso casar-me com tua irmã? - Pois não; se o pai Valente, a mamãe Leiteira, o irmão Convencido e a bela Catarina c

O rei da montanha dourada

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Um certo mercador tinha dois filhos, um menino e uma menina, ambos muito novos, que ainda não sabiam andar. Ele possuía dois navios ricamente carregados viajando pelos mares onde embarcara toda sua riqueza na esperança de conseguir grandes lucros, quando chegaram notícias de que sua fortuna tinha desaparecido. Assim, de homem rico que era, tornou-se muito pobre, tão pobre que só lhe restara um pedacinho de terra. Para aliviar um pouco as preocupações de sua cabeça, costumava caminhar por ali. Certo dia em que estava perambulando em seu terreno, um anãozinho de cara enrugada apareceu à sua frente perguntando por que estava tão triste e o que confrangia tão profundamente seu coração. Mas o mercador replicou, "Se me pudesse fazer algum bem eu lhe contaria." - "Quem sabe se não posso?," disse o homenzinho. "Conte-me qual é o caso e talvez eu possa servir para alguma coisa." O mercador contou-lhe então como toda sua riqueza havia ido para o fundo do mar