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Mostrando postagens de julho, 2016

Atitude suspeita

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Luís Fernando Veríssimo         Sempre me intriga a notícia de que alguém foi preso “em atitude suspeita”. É uma frase cheia de significados. Existiriam atitudes inocentes e atitudes duvidosas diante da vida e das coisas e qualquer um de nós estaria sujeito a, distraidamente, assumir uma atitude que dá cadeia! - Delegado, prendemos este cidadão em atitude suspeita. - Ah, um daqueles é? Como era a sua atitude? - Suspeita. - Compreendo. Bom trabalho, rapazes. E o que é que ele alega? - Diz que não estava fazendo nada e protestou contra a prisão. - Hmm. Suspeitíssimo. Se fosse inocente não teria medo de vir dá explicações. - Mas eu não tenho o que explicar! Sou inocente! - É o que todos dizem, meu caro. A sua situação é preta. Temos a ordem de limpar a cidade de pessoas com atitudes suspeitas. - Mas eu só estava esperando o ônibus! - Ele fingia que estava esperando um ônibus, delegado. Foi o que despertou a suspeita. - Ah! Aposto que não havia nem uma parada

Os contos de fadas a partir da psicologia analítica

Para Jung, os seres humanos nascem não apenas com uma herança biológica, mas também com uma herança psicológica. Ambas são determinantes essenciais do comportamento e da postura do indivíduo frente à vida. Assim, a criança já nasce com uma espécie de “estrutura” que molda e canaliza todo seu desenvolvimento e interação com o ambiente. Essa herança psicológica é o que ele chamou de “inconsciente coletivo”. O homem primitivo tinha preocupações, anseios e lidava com problemas de forma não muito diferente do homem moderno. Por isso Jung concluiu que esses comportamentos são o esquema básico da psique, E justamente aí estaria um motivo pelo qual os contos “sobrevivem” por tantos anos. Retratam o ser humano na sua essência, em aspectos que não mudam. Jung (1986, p.22) cita como exemplo a fantasia que a criança ou o adolescente tem de que não é filho de seus pais e sim de alguém rico e importante. Essa fantasia tão presente na vida de qualquer criança, repete aspectos de

Walt Disney - Alice in wonderland - paper dolls

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Declaração dos Direitos das Crianças

Visto que a humanidade deve à criança o melhor de seus esforços,                 Assim a assembleia geral proclama esta Declaração dos Direitos da Criança, visando que a criança tenha uma infância feliz e possa gozar, em seu próprio benefício e no da sociedade, os direitos e as liberdades aqui enunciados e apela a que os pais, os homens e as mulheres em sua qualidade de indivíduos, e as organizações voluntárias, as autoridades locais e os Governos nacionais reconheçam estes direitos e se empenhem pela sua observância mediante medidas legislativas e de outra natureza, progressivamente instituídas, de conformidade com os seguintes princípios: PRINCÍPIO 1º A criança gozará todos os direitos enunciados nesta Declaração. Todas as crianças,  absolutamente sem qualquer exceção, serão credoras destes direitos, sem distinção ou discriminação  por motivo de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem  nacional ou social, riqueza, nascimento

As meninas.

  ARABELA ABRIA A JANELA. CAROLINA ERGUIA A CORTINA. E MARIA OLHAVA E SORRIA: "BOM DIA!" ARABELA FOI SEMPRE A MAIS BELA. CAROLINA, A MAIS SÁBIA MENINA. E MARIA APENAS SORRIA: "BOM DIA!" PENSAREMOS EM CADA MENINA QUE VIVIA NAQUELA JANELA; UMA QUE SE CHAMAVA ARABELA, UMA QUE SE CHAMOU CAROLINA. MAS A PROFUNDA SAUDADE É MARIA, MARIA, MARIA, QUE DIZIA COM VOZ DE AMIZADE: "BOM DIA!" CECÍLIA MEIRELES

O Pinguim glutão

Existia, numa certa ilha, um  pinguim  que só sabia comer. Passava o dia pescando e banqueteando-se com as suas presas. Não se importava com os outros  pinguins , que ficavam uma boa parte do tempo brincando uns com os outros e fazendo excursões pela ilha. Ele não gostava de fazer essas coisas; dedicava todo o seu tempo e energia a satisfazer o seu enorme apetite devorador. Os seus pais chamavam-lhe a atenção com freqüência. - Meu filho, dizia a mãe, por que não vai passear com seus amigos? - Não, mamãe, estou muito ocupado pescando minha comida, respondia ele. - Mas, filho, na vida há tempo para tudo, argumentou ela, surpresa. - Não pense nisso, mamãe. Eu sei o que faço; não se preocupe, disse o  pinguim . Como era inútil discutir com ele, os pais acabaram desistindo. Numa tarde de primavera, o  pinguim  encontrou um grupo de amigos seus que faziam acrobacias na neve. Que belos saltos e que graça tinham! Na verdade, possuíam uma invejável agilidade. Então, atraído pe