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Mostrando postagens de agosto, 2017

Pobreza e humildade levam ao céu

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Certo dia, um príncipe andava passeando pelos campos, muito triste e pensativo. Contemplando o céu, de um azul tão límpido, suspirou, dizendo: - Como se deve estar bem lá em cima! Nisto passou por ele um velho mendigo. O príncipe dirigiu-lhe amavelmente a palavra e perguntou: - Como poderei entrar no Céu? O velho respondeu: - Com pobreza e humildade. Veste os meus farrapos, peregrina durante sete anos pelo mundo e aprende a conhecer a miséria. Nunca aceites dinheiro mas, quando estiveres com fome, pede aos corações generosos um bocado de pão; assim te aproximarás do Céu. O príncipe despojou-se das ricas vestimentas e das suas joias e vestiu os andrajos do mendigo. Partiu e andou perambulando pelo mundo, entregue à mais negra miséria. Só aceitava um pouco de comida, não falava com ninguém e rogava, encarecidamente, a Deus que o recebesse um dia no paraíso. Transcorridos os sete anos, o príncipe regressou ao castelo de seu pai, mas lá ninguém o reconheceu. Ele dirigiu-se

O camponesinho no céu

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Era uma vez um pobre camponesinho, muito piedoso, que, atacado de grave moléstia, morreu e foi ter à porta do Céu. Ao mesmo tempo, morreu também um rico fidalgo que, por sua vez, queria entrar no Céu. São Pedro chegou com as chaves, abriu a porta e fez entrar o fidalgo; ao que parece, não vira o pobre camponesinho e tornou a fechar a porta. E do lado de fora, o campônio ouvia as grandes manifestações de apreço que se dirigiam ao fidalgo, acompanhadas com cantos e música. Por fim, voltou a reinar o silêncio, São Pedro veio abrir a porta e mandou entrar o pobre campônio. Este esperava que, à sua entrada, também se faria música e cantoria, porém, tudo permaneceu tranquilo. Foi recebido, sim, com muito agrado, os anjos rodearam-no carinhosamente, mas ninguém cantou. O camponês, um tanto melindrado, perguntou a São Pedro a razão por que não cantavam para ele como haviam feito para o fidalgo, e se no céu reinava a parcialidade como na terra. Então São Pedro explicou-lhe: - Não, t

O fogo rejuvenescedor

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Naqueles bons tempos, quando Nosso Senhor ainda andava pela terra, parou uma tarde com São Pedro numa ferraria; foi muito bem recebido e deram-lhe pousada com a maior boa vontade. Ora, aconteceu que um mendigo, muito velho e alquebrado , chegou quase no mesmo momento e, entrando na ferraria, pediu uma esmola ao ferreiro. Condoído com a sua aparência, São Pedro voltou-se para Nosso Senhor e disse: - Senhor e Mestre, curai, se voz apraz, os males desse pobre homem, para que ele possa ganhar o pão de cada dia. Nosso Senhor, com infinita doçura, disse ao ferreiro: - Bom homem, empresta-me a tua forja e deita-lhe bastante carvão; eu quero rejuvenescer este velho enfermo. O ferreiro obedeceu prontamente; São Pedro puxou o fole e, quando as chamas se elevaram bem altas, Nosso Senhor pegou o velho, meteu-o na forja, bem no meio das chamas e deixou que se queimasse como um roseiral seco; enquanto isso, o velho entoava louvores a Deus. Depois, tirando-o do fogo, Nosso Senhor

Margarida a espertalhona

Houve, uma vez, uma cozinheira chamada Margarida, a qual possuía um par de sapatos de saltos vermelhos. Quando saía a passear com os sapatos, virava de um lado e de outro, muito satisfeita, dizendo com seus botões: "És realmente uma moça bonita!" E, quando regressava para casa, de tão contente, bebia um bom trago de vinho e, como o vinho desperta o apetite, ela provava dos melhores pratos até encher bem o estômago, dizendo: "A boa cozinheira deve saber que gosto tem a comida." Certo dia, disse-lhe o amo: - Margarida, hoje virá um hóspede para o jantar; prepara da melhor maneira duas galinhas. - Está bem, Senhor, será feito; - respondeu Margarida. Matou as duas galinhas, depenou-as, limpou-as e, tendo-as temperado bem, pô-las para assar no espeto. As galinhas já estavam começando a dourar e a tostar, mas o hóspede não aparecia; então Margarida foi ter com o patão e disse-lhe: - Se a visita não vem, tenho de tirar as galinhas do fogo; mas é uma pena não a

A desperdiçada

Era uma vez uma moça muito linda, mas preguiçosa e desleixada. Quando a obrigavam a fiar, ficava tão irritada que, em vez de desfazer, pacientemente, os nós que se encontravam no linho, arrancava logo um punhado e jogava-o ao chão, todo emaranhado. Ora, tinha a moça uma criada muito laboriosa e prestimosa, que recolhia o linho posto fora, o desembaraçava e o fiava; depois mandou-a a uma tecelã, que o teceu e fez um lindo vestido. A moça desperdiçada foi pedida em casamento por um jovem distinto, devendo-se, portanto, realizar dentro em breve as bodas. Na véspera da solenidade, a criada diligente dançava muito satisfeita com o belo vestido novo. Então, a noiva disse: - Que tal essa moça, que aí se dobra, e dança vestindo as minhas sobras?... Ouvindo isso, o noivo, intrigado, pediu que lhe explicasse o que significava. A noiva, então, lhe explicou que a moça vestia um vestido feito com as sobras do linho que ela rejeitara. O noivo refletiu no que ela disse; então percebeu qua

O ganso de ouro

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Houve, uma vez, um homem que tinha três filhos. O mais moço dos três era por todos desprezado, ridicularizado e maltratado; todos o chamavam pelo nome de Zé Palerma. Um belo dia, o filho mais velho resolveu cortar lenha na floresta; antes de partir, a mãe deu-lhe uma excelente fritada de ovos e uma garrafa de vinho para que não ficasse com fome e com sede, Muito satisfeito, o moço entrou pela floresta a dentro e topou com um anãozinho que, apôs cumprimentá-lo, lhe disse: - Queres dar-me um pedacinho da tua fritada e um golinho do teu vinho? Estou com tanta fome e tanta sede! Mas o filho espertalhão respondeu: - Se dou a ti a fritada e o vinho, nada sobra para mim; sai do meu caminho! Largou aí o anãozinho e foi-se sem mais aquela. Mais adiante um pouco, começou a cortar um galho, mas não tardou nada que, errando o golpe, feriu-se com o machado num braço, tendo de voltar para casa a fim de tratar o ferimento. Aquilo não passava de uma peça que lhe pregara o anãozinho! Em

O espírito da garrafa

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Houve, uma vez, um pobre lenhador que trabalhava de sol a sol. Assim, conseguiu economizar um pouco de dinheiro e, chamando o filho, disse-lhe: - Tu és meu único filho; o dinheiro que economizei com o amargo suor do meu rosto, quero empregá-lo na tua instrução; se aprenderes tudo bem, poderás manter- me na velhice, quando meus membros estiverem endurecidos e eu for obrigado a ficar em casa sem nada poder fazer. O jovem foi para a universidade, onde permaneceu algum tempo, aprendendo com grande aplicação, merecendo a admiração e os elogios dos mestres; tinha seguido vários cursos mas ainda não se aperfeiçoara em tudo, quando a mísera soma ganha com tanto sacrifício pelo pai acabou-se e ele teve de voltar para casa. - Ah, - lastimou-se o pai, - não tenho mais nada que possa dar-te e, nestes tempos ruins como andam, nem posso ganhar um só centavo além do pão de cada dia, - Não te aborreças, meu querido pai, - respondeu o filho, - se esta é a vontade de Deus, certamente

Os seis que tudo conseguiam

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             Irmãos Grimm Houve, uma vez, um homem entendido em muitas artes; como soldado tinha-se comportado corajosamente durante a guerra e, muitas vezes, tinha arriscado a vida. Terminada a guerra, deram-lhe baixa e, para voltar à sua terra, recebeu apenas três moedas miúdas. Foi reclamar ao rei, que o mandou passear. - Espera aí, - disse consigo mesmo, muito furioso: - tratar-me assim! Pois bem, se conseguir encontrar gente como penso, eu te obrigarei a entregar-me os tesouros do teu reino. E pôs-se a caminho. Atravessando uma floresta, avistou um homem que arrancava árvores com a mesma facilidade com que se arranca espigas de trigo. - Queres entrar a meu serviço, - disse ele, - e vir comigo em busca de aventuras? - Não vejo inconveniente, - respondeu o outro; - mas deixa-me primeiro levar à minha mãe este feixe de lenha para o inverno e depois te seguirei. Amarrou o feixe de seis carvalhos, dos maiores, e levou-os tranquilamente, sem mesmo vergar com o peso. Daí a po

Os quatro irmãos habilidosos

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Era uma vez um pobre homem que tinha quatro filhos; quando já estavam crescidos, disse-lhes: - Meus caros filhos, já é tempo de que cuideis de vossa vida; ide pois pelo mundo afora. Eu nada tenho para vos dar; portanto, viajai para algum país estrangeiro e aprendei um ofício que vos permita viver honestamente. Os quatro irmãos despediram-se do pai, tomaram dos bordões e, juntos, saíram da cidade. Andaram algumas horas e chegaram a uma encruzilhada de onde partiam quatro estradas divergentes. Então, Pedro, que era o mais velho, disse aos irmãos: - Agora é melhor separarmo-nos; cada qual irá para um lado tentar fortuna: daqui a quatro anos, no mesmo dia e na mesma hora de hoje, devemos nos encontrar neste mesmo lugar. Cada qual seguiu por um caminho. O mais velho logo encontrou um homem, que lhe perguntou aonde ia e o que tencionava fazer. Vou à procura de um ofício - respondeu o moço. Pois bem, - disse o homem, - vem comigo e aprenderás o ofício de ladrão. - Não, não, - respondeu

Os filhos do ouro

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Houve uma vez um homem e uma mulher muito pobres, cujo único patrimônio era uma tosca choupana e que viviam do insignificante produto da pesca de cada dia. Ora, aconteceu que, um dia, estando o pescador sentado à beira da água a lançar a rede, apanhou, de permeio a alguns peixinhos inúteis, um grande e todo de ouro. Ficou aí embasbacado a contemplá-lo, sem saber que pensar e, nisso, o peixe abriu a boca e falou: - Escuta, meu bom pescador, se me jogares novamente dentro da água, eu transformarei tua pobre choupana em esplêndido palácio. O pescador respondeu, laconicamente: - Para que me serve um belo palácio se nada tenho de comer? O peixe de ouro replicou: - Isso também será providenciado; haverá no palácio um armário e, quando o abrires, encontrarás dentro numerosos pratos, contendo as mais finas iguarias que possas desejar. - Bem, - disse o pescador - se é assim, nada perco fazendo-te esse favor. - Porém, - acrescentou o peixe - há uma condição a observar; não deves revel