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Mostrando postagens de março, 2018

O cravo

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  Houve, uma vez, uma rainha que, por vontade de Deus, era estéril e não podia ter filhos. Todas as manhãs, ela descia ao jardim e punha-se a rezar, pedindo a Deus que lhe concedesse um filho ou uma filha. Certa vez, estando ela a rezar, desceu um anjo do céu e lhe disse: - Não te aflijas: hás de ter um filho que realizará tudo quanto desejar. Ela foi correndo contar a feliz nova ao rei, que ficou muito contente. Decorrido o tempo preestabelecido, a rainha deu à luz um filho, acontecimento este que encheu a todos de grande alegria. A rainha ia todas as manhãs com seu filhinho, ao parque, lavar-se numa fonte de águas cristalinas, lá existente. Certo dia, quando o menino já estava bem crescidinho, ela estava sentada junto da fonte com ele no regaço e, sem querer, adormeceu. Então, chegou o velho cozinheiro, que bem sabia da profecia feita pelo anjo e raptou o menino. Depois pegou uma galinha, matou-a e salpicou de sangue o vestido e o avental da mãe, levando em seguida a criança

O rei da montanha dourada

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Um certo mercador tinha dois filhos, um menino e uma menina, ambos muito novos, que ainda não sabiam andar. Ele possuía dois navios ricamente carregados viajando pelos mares onde embarcara toda sua riqueza na esperança de conseguir grandes lucros, quando chegaram notícias de que sua fortuna tinha desaparecido. Assim, de homem rico que era, tornou-se muito pobre, tão pobre que só lhe restara um pedacinho de terra. Para aliviar um pouco as preocupações de sua cabeça, costumava caminhar por ali. Certo dia em que estava perambulando em seu terreno, um anãozinho de cara enrugado apareceu à sua frente perguntando por que estava tão triste e o que confrangia tão profundamente seu coração. Mas o mercador replicou, "Se me pudesse fazer algum bem eu lhe contaria." - "Quem sabe se não posso?," disse o homenzinho. "Conte-me qual é o caso e talvez eu possa servir para alguma coisa." O mercador contou-lhe então como toda sua riqueza havia ido para o fundo do

O prego

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Houve, uma vez, um negociante, que tendo feito excelentes negócios na feira, onde vendera toda a mercadoria e enchera bem as algibeiras de ouro e prata, se dispôs a regressar para casa antes do anoitecer. Montou a cavalo, prendendo bem o alforge cheio de dinheiro e pôs-se a caminho. Ao meio-dia, parou numa cidade para almoçar e já se dispunha a prosseguir, quando o moço das cavalariças lhe trouxe o cavalo, dizendo: - Senhor, está faltando um prego na ferradura da pata esquerda traseira. - Deixa faltar! - respondeu o negociante, - a ferradura aguentará bem as seis horas que me restam a percorrer. Estou com muita pressa e devo ir. A tarde, quando se deteve para alimentar o cavalo, o moço da cavalariça foi ter com ele e disse-lhe: - Senhor, está faltando a ferradura da pata esquerda traseira do cavalo; quereis que o leve ao ferreiro? - Deixa faltar! - respondeu o negociante. - Estou com muita pressa; tenho poucas horas ainda a percorrer, e o cavalo certamente aguentará. Pôs-se a cam

Os mensageiros da morte

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Ha muito tempo, um gigante andava pela estrada real quando, inesperadamente, um desconhecido saltou-lhe na frente e gritou: -   Alto lá! Nem mais um passo! - O que? - disse o gigante; - tu, pigmeu, que eu poderia esmigalhar entre os dedos, queres impedir-me o caminho? Quem és tu para te atreveres a falar-me com tanta audácia? - Eu sou a Morte! - respondeu o desconhecido: - no mundo ninguém me resiste; tu também tens de obedecer às minhas ordens. Mas o gigante recusou obedecer e travou luta com a Morte. Foi uma longa e violenta luta, da qual saiu vencedor o gigante que, com um pesado soco, prostrou a Morte, fazendo-a rolar até Junto a uma pedra. Em seguida, o gigante continuou o caminho c a Morte quedou- se lá vencida, exausta a ponto de não poder sequer levantar-se do chão. -   Que sucederá se eu ficar abandonada aqui neste canto? - refletia ela. - No mundo não morrerá mais ninguém e ficará tão povoado que não haverá lugar nem para ficarem de pé um junto do outro. En

A ondina do lago

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Houve, uma vez, um moleiro que vivia muito feliz com a mulher. Tinham dinheiro e propriedades e a sua prosperidade aumentava de ano em ano. Mas a desgraça, diz um velho ditado, vem sempre de noite. A sua fortuna, assim como tinha aumentado, voltou a diminuir de ano para ano e chegou o dia em que o moleiro só podia dizer que, unicamente, o moinho era seu. Ele consumia-se de aflição e quando se deitava, após um dia inteiro de rude trabalho, não conseguia dormir e passava a noite rolando na cama, atormentado pelos desgostos. Certa manhã, levantou-se antes do alvorecer e saiu para fora da casa a fim de respirar um pouco de ar fresco, imaginando com isso desoprimir o coração. Passeava ele junto à represa do moinho, já iluminado pelos primeiros raios de sol, quando ouviu um pequeno ruído no lago. Voltou-se e, com grande surpresa, viu uma linda mulher que se elevava, lentamente, do seio das águas. Os seus longos cabelos, que ela segurava junto á nuca com as mãozinhas

A noiva branca e a noiva preta

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Houve, uma vez, uma mulher que tinha uma filha e uma enteada. Certo dia, estavam as três ceifando feno no campo e delas se aproximou o bom Deus, disfarçado de mendigo, e perguntou: -- Por onde passa a estrada que vai à aldeia? -- Se queres sabê-lo, vai procurá-la! -- respondeu grosseiramente a mãe. E a filha acrescentou: -- Se receias não encontrá-la, arranja um guia. A enteada, porém, interveio dizendo: -- Vem, pobre homem, eu te conduzirei até lá; segue-me. O bom Deus, então, encolerizou-sem com a mãe e a filha; deu-lhes as costas e, como castigo pela sua ruindade, determinou que se tornassem pretas como a noite e feias como o pecado. Ao passo que à enteada dispensou grande magnanimidade. Acompanhado por ela, chegou à aldeia, onde a abençoou e disse-lhe: -- Podes pedir três coisas, que eu tas concederei. A moça pediu: -- Quisera ser tão bela e clara como o sol. Instantâneamente, tornou-se bela e clara como o sol. -- Depois, gostaria de ter uma bôlsa que nunc