O Pobre cocozinho
Era uma vez um cocô. Um cocozinho feio e fedidinho, jogado
no pasto de uma fazenda. Coitado do cocô! Desde que veio ao mundo, ele vinha
tentando conversar com alguém, fazer amigos, mas quem passava por ali não
queria saber dele:
- Hum!
Que coisa fedida! – diziam as crianças.
- Cuidado!
Não encostem na sujeira! – avisavam os adultos.
E o cocozinho, sozinho, passava o tempo cantando, triste:
Sou um pobre cocozinho
Tão feinho, fedidinho
Eu não sirvo para nada
Ninguém quer saber de mim...
De vez em quando ele via uma criança e torcia para que ela
chegasse perto dele, mas era sempre a mesma coisa:
- Olha
a porcaria! – repetiam todos.
- Não
restava nada para o cocô fazer, a não ser cantar baixinho:
Sou um pobre cocozinho
Tão feinho, fedidinho...
Um dia viu que um homem se aproximava. Já imaginando o que
ia acontecer, o cocozinho se encolheu. “Mais um que vai me xingar”, pensou.
Mas... Oh! Surpresa! O homem foi chegando, abrindo um sorriso, e seu rosto se
iluminou:
- Mas
que maravilha! Que belo cocô! Era exatamente disso que eu precisava.
O cocô nem acreditava no que estava ouvindo. Maravilha, ele?
Precisando?
Aquele homem deveria ser maluco!
Pois aquele homem não era maluco, não. Era um jardineiro.
E, usando uma pá, com todo o cuidado, ele levou o cocozinho
para um lindo jardim.
Ali, acomodou-o na terra, ao pé de uma roseira. E, depois de
alguns dias, o cocozinho percebeu, feliz e orgulhoso, que, graças a sua força,
a roseira tinha feito brotar uma magnífica rosa vermelha, bela e perfumada.
Rosane Pamplona
Nova Escola
Especial – Fundação Victor Civita – vol. 4 – abril/2007
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