As velas
Era uma grande vela de cera que sabia exatamente o que valia. – Nasci em cera e vazada em molde! – disse ela. – Eu ilumino melhor e ardo por mais tempo do que todas as outras velas. O meu lugar é num lustre ou num candelabro! – Deve ser uma linda existência! – disse a vela de sebo. – Eu sou só de sebo, só vela de imersão, mas consolo-me com o fato de que é sempre um pouco melhor do que um mero pavio que é mergulhado apenas duas vezes, enquanto eu sou mergulhada oito vezes para obter a minha espessura decente. Estou satisfeita! É certamente mais fino e fica-se feliz por ter nascido de cera e não de sebo, mas, neste mundo, ninguém escolhe a sua própria condição. Você vem para a sala para o lustre. Eu fico na cozinha, que também é um bom lugar. Daí vem a comida para toda a casa! – Mas existe algo que é mais importante do que a comida! – disse a vela de cera: – A sociedade! Brilham para ver, e eles próprios brilham. Hoje à noite, há baile, em breve virão buscar- -nos. A mim