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Mostrando postagens de novembro, 2018

O colarinho da camisa

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Era uma vez um cavalheiro muito elegante, que por toda a bagagem tinha uma calçadeira e um pente;  mas ele tinha um colar de camisa que era o mais notável em todo o mundo;  e a história desse pescoço é o que vamos contar.  O pescoço tinha idade suficiente para pensar em se casar, e eis que, no cesto de roupa suja, coincidia com uma liga. Disse o pescoço: -Eu nunca vi ninguém tão esbelto, distinto e fofo.  Você vai me deixar perguntar o seu nome? -Não vou te contar!  respondeu a liga. - Onde você mora então?  -Ela insistiu no pescoço. Mas o campeonato era muito tímido, e ele achou que a pergunta era algo estranho e que ele não deveria responder. Você é um cinto, certo?  disse o pescoço ", uma espécie de cinto interior?  Bem, eu vejo, minha bela jovem, que é uma vestimenta de utilidade e adorno. - Por favor, não fale comigo!  disse a liga.  Eu não acho que isso tenha lhe dado pé para fazer isso. -Sim, ele deu para mim.  Quando ela é tão bonita ", respon

O linho

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  https://www.fashionbubbles.com/historia-da-moda/linho-antigos-tecidos-historia/ O linho estava coberto de flores admiravelmente belas, mais delicadas e transparentes do que asas de moscas. O sol espalhava os seus raios sobre ele, e as nuvens regavam-no, o que lhe causava tanto prazer, como o dum filho quando a mãe o lava e lhe dá um beijo. — Segundo dizem sou bem bonito, murmurou o linho, estou muito crescido, e serei brevemente uma rica peça de pano. Sinto-me feliz. Não há ninguém que seja mais feliz do que eu sou. Tenho saúde e um belo futuro. A luz acaricia-me, e a chuva encanta-me e refresca-me. Sim, sou feliz, feliz a mais não poder ser!» — Como és ingênuo ! disseram as silvas do valado; tu não conheces o mundo, de que nós outras temos uma larga experiência.» E rangendo lastimosamente, cantaram: — Cric, crac! cric, crac! crac! — Acabou-se! acabou-se! acabou-se! — Não tão cedo como vocês imaginam, respondeu o linho; está uma bela manhã, o sol resplandece, e

Dentro de mil anos

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Sim, em mil anos as pessoas atravessarão o oceano, voando pelo ar, em asas de vapor. Os jovens colonizadores da América virão visitar a velha Europa. Eles virão para ver nossos monumentos e nossas cidades decaídas, assim como estamos agora em peregrinação para visitar a magnificência decadente do sul da Ásia. Em mil anos, eles virão. O Tâmisa, o Danúbio, o Reno ainda fluirão; o Montblanc continuará a subir com seu cume nevado, as luzes do norte brilharão nas terras do norte; poeira, mas geração após geração tornou-se, série de grandeza momentânea ter caído no esquecimento, como aqueles que já dormem sob a colina onde o farinhento rico, cuja propriedade está, ele construiu um banco para assistir de lá o campo ondulante de milho que se estende a seus pés. - Para a Europa! - as jovens gerações americanas vão exclamar. Para a terra dos nossos avós, a terra sagrada das nossas memórias e nossas fantasias! Para a Europa! A aeronave chega, cheia de viajantes, porque a travessi

Os trapos velhos

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  Na frente da fábrica havia muitas balas esfarrapadas, vindas dos mais diversos lugares.  Cada trapo tinha sua história e cada um falava sua própria língua, mas não poderíamos ouvir todos eles.  Alguns dos trapos vieram do interior, outros de terras estrangeiras.  Um pano dinamarquês estava ao lado de outro norueguês, e se alguém fosse um dinamarquês legítimo, o norueguês não era um parceiro menos legítimo, e isso era apenas a diversão de ambos, como qualquer cidadão norueguês ou dinamarquês razoável ou razoável diria. Eles eram reconhecidos pela língua, embora, de acordo com o norueguês, seus respectivos idiomas fossem tão diferentes quanto o francês e o hebraico. - De volta à minha terra nós vivemos em alturas rochosas, e essa é a nossa língua, enquanto os dinamarqueses preferem seu doce e infantil palavreado. Assim disseram os trapos;  e trapos são trapos em todos os países, e eles só têm alguma autoridade reunida em uma bala. "Eu sou norueguês", disse o ho

Os corredores

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  Recebera um prêmio, ou melhor, dois prêmios: um, pequeno e outro, maior, para corredores mais rápidos;  mas não em uma única corrida, mas no decorrer de um ano inteiro. "Eu ganhei o primeiro prêmio", disse a lebre.  É natural que a justiça seja imposta, quando no júri há parentes e bons amigos.  Mas a do caracol recebendo o segundo prêmio é quase ofensivo para mim. "De jeito nenhum", respondeu a estaca, que havia atuado como testemunha no ato de distribuir prêmios. É preciso também levar em conta a diligência e boa vontade. Tantas pessoas importantes disseram e eu concordei com elas.  É verdade que o caramujo precisava de meio ano para salvar o lintel da porta, mas na pressa ele fraturou a coxa, porque para ele isso estava indo rápido.  Ele viveu única e exclusivamente para sua carreira, e também carregou a casa nas costas.  Tudo isso merecia ser levado em conta.  É por isso que eles lhe deram o segundo prêmio. "Eles também poderiam ter not

a agulha de cerzir

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  https://nuhtaradahab.wordpress.com/2011/09/13/hans-christian-andersen-a-agulha-de-cerzir/ Era uma vez uma agulha de cerzir, tão fina que imaginava ser uma agulha de costura.  - Vejam bem o que estão segurando! - disse, aos Dedos que a pegaram, a Agulha de Cerzir - não me percam! Se eu cair no chão, é bem possível que eu nunca mais seja encontrada, de tão fina que sou.  - Para isso há jeito - disseram os Dedos, apertando-a na cintura.  - Estão vendo? Estou seguida de grande comitiva! - volveu a Agulha de Cerzir.  Puxava atrás de si uma linha comprida, na qual, porém, não havia nó.  Os Dedos levaram a agulha diretamente para o chinelo da cozinheira, onde tinha de ser costurado o couro de cima, que se partira.  - Isso é trabalho de baixa categoria! - protestou a Agulha de Cerzir - nunca conseguirei varar isso! Vou quebrar! Vou quebrar!  E de fato quebrou.  - Eu não disse!? Sou fina demais para isso!  Agora ela não presta mais para nada, concluíram os Dedos. Ma